terça-feira, 9 de setembro de 2008

A vida em OOP

Estava cansado. Mal conseguia falar direito e muito menos organizar os meus pensamentos. Tinha sido um fim de semana muito intenso. Ela vinha a dormir atrás e ele vinha ao meu lado a guiar o carro dela. Olhei para eles. Ele concentrado, certamente ainda a pensar sobre os nossos últimos dias... ela, tinha acabado de conhecer. Os seus olhos meigos estavam agora fechados e a tranquilidade que vivia na sua face escondia o sorriso de minutos atrás.

Os meus sentidos rendiam-se agora à basicidade do que nos rodeava. Limitavam-se a compreender e a interagir com as coisas simples que me eram apresentadas. Na disformidade das texturas. Na panóplia de cores. Nos cheiros associados. Nas propriedades dos objectos que constituíam o meu novo mundo.

"Não vais acreditar... mas e se te dissesse que em fracções de segundo a minha cabeça me levou a criar uma analogia entre a vida e programação?" - perguntei.

"Diria que ainda estás sobre o efeito das nossas 3 últimas noites!" - ok... ele não disse isto... mas admito que o tenha pensado.

Tudo são objectos. E encontro-os em todos os lugares. Que encerram em si as propriedades que os definem. Conceitos que se traduzem por classes e que através delas se materializam. Fábricas de objectos que respeitam os conceitos em que se inserem. Delegados que transmitem ordens e permissas. Objectos que se cruzam. Que transitam. Padrões. Que se encontram nas interfaces da sociedade. Que se respeitam e dão a conhecer. Contratos. Referências e valores. Conceitos abstractos. Objectos derivados. Estáticos e em movimento. Boas práticas. Acordos selados e protegidos, privados ou públicos. Objectos que comunicam e trocam impressões entre si. Criação e destruição... quem instanciou o "big-bang"? Quem foi o programador que criou este mundo de vida e de quem são os mundos que crio?

Foi talvez um fim de semana demasiado intenso. Fechei os olhos, sorri... e adormeci.

2 comentários:

Ricardo Fiel disse...

welcome, shitty coder! :)

Unknown disse...

Definitivamente és uma estranha :)
Depois de um fim de semana intenso... teres esses pensamentos :)
No entanto, normalmente é o que acontece, quando se vive algo intenso... temos pensamentos que nunca teríamos se tivéssemos no nosso perfeito juízo...
Os nossos pensamentos nas diferentes situações é o que nos distinguem. Muita gente, olha para um e para outro, fechava os olhos e adormecia... tu fizes-te uma pergunta deveras estranha, para a altura, sitio e momento... o que mostra que a tua cabeça está sempre em movimento... nunca pára :)

Beijos de alguém também mto estranha...

badge