quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

O derradeiro tio


Pois é. Parece que vou ser tio novamente e desta vez é uma menina. Neste momento conto com 3 sobrinhos e 1 sobrinha. Infelizmente ainda não conheci a minha sobrinha mas essa é uma falha que pretendo remediar em Março. A balança começa assim a equilibrar-se.

"Quero ver que tipo de brinquedos e de conversas vais ter com uma menina!" - escreveu ela seguido de uma risada.

Pois. Também não sei. Apenas tenho experiência prática em ser tio de 2 rapazes e a chave do sucesso no meu relacionamento com eles é ser uma criança grande. E como alguém uma vez disse, a diferença entre um homem e um miúdo, é o preço dos brinquedos. Para mim é muito fácil entrar numa loja de brinquedos e perder-me. De comprar-lhes coisas como se o fizesse para mim. De os ajudar a passar níveis de jogos na playstation e de jogar futebol.

Uma rapariga... bom. Também há outras coisas que sei fazer. Posso ajudá-la com os trabalhos de casa, ensiná-la a nadar ou a andar de bicicleta. Posso ir jogar ténis com ela ou jogar playstation. E pode até ser que goste de andar de mota. Pelo menos a mãe dela gosta. Agora que penso nisso vamos poder fazer muita coisa juntos.

Pois é minha querida. Vais ver que vai ser giro. Fico à tua espera.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Galeto



Primeiro dia do ano. Como seria de esperar, acordei tarde e com aquela desconfortável sensação de desidratação e fome. Levantei-me e fui até ao frigorífico, apenas para descobrir que pouco ou nada tinha que me pudesse saciar, para além de um chouriço. Não tardou para que me perdesse nas inúmeras formas de colmatar a fome com aquele chouriço. Pensei  em pão com chouriço mas rapidamente coloquei a ideia de parte visto não ter pão em casa. Pensei numa bela ervilhada com ovos escalfados, mas não tinha mais carne para acompanhar aquele chouriço. Ai se eu tivesse umas entremeadas e uns pedacinhos de vitela! Chouriço e morcela assada com uns ovinhos estrelados no pão e batatas fritas... caraças! Não tinha pão, morcela e em boa verdade nem as batatas fritas. Chouriço com iogurte? Não me parece. Fiquei desanimado. Olhei para a porta do frigorífico e para além dos 5 ovos e variados frascos de maionese, mostarda dijon, ketchup e pickles... tinha um litro de leite e meia garrafa de Perrier. A coisa não estava a correr bem. Não ia conseguir comer nada de jeito em casa. Dei um gole na água e voltei a fechar o frigorífico. É claro que poderia fazer uma massa, pensava agora eu, enquanto vasculhava o armário. Latas de milho, feijão, grão, ervilhas, cogumelos, tomate pelado e diversos pacotes de massas variadas. Voltei ao frigorífico. Sim. Tinha pacotes de natas também. Os meus olhos brilhavam por esta altura, enquanto procurava ansiosamente algumas fatias de queijo para fazer uma pratada de massa. Nada. Não acredito. Deixei acabar o queijo também. Desisto. Vou sair.

Um combinado nº 10, um prato de esparregado e batatas e uma imperial. Foi tudo o que precisei para me sentir "aconchegadinho". Não costumo variar muito. Era este ou o nº 8 com um sumo de laranja natural. Já frequento esta casa desde miúdo. Desde que vinha com ele depois de passarmos na feira popular. Ele era um habitué e se bem me lembro era o único local aberto às horas que queríamos. Passados cerca de 15 anos continua tanto quanto sei a ser a única alternativa em Lisboa para uma refeição decente a partir das 2 da manhã.

Moral da história: tudo se resume a uma boa gestão. Gerir uma casa é como gerir um negócio. Uma má gestão de recursos resulta invariavelmente na perda de tempo e capital. Podemos ainda assumir que tempo é dinheiro pelo que este último é indubitavelmente o mais afectado. Ao sair de casa, perdi conforto, tempo e dinheiro.

E tudo isto porque este ano ainda não fui às compras.
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